Ego, um rico fazendeiro, em tudo que fazia só pensava em se dar bem. Certa vez, a região onde morava estava atravessando uma grande seca.
Como tinha uma grande fazenda, em outra região que não enfrentava problema com a estiagem, Ego costumava levar o seu gado para lá.
Um colono, visinho do Ego, vendo as 15 cabeças de gado que possuía morrendo, foi tentar vendê-las ao rico fazendeiro.
- Seu Ego, estou muito apertado, o meu gado tá morrendo. O senhor me compra as minhas 15 cabeças.
- Quanto ocê quer por cabeça?
- O senhor me paga 10 conto?
- Tá caro de mais, sô. Só dou 6?
- 6, é quase de graça. (disse o pobre do colono)
- Então vá procurar outro comprador. (falou o fazendeiro)
- O Senhor tá certo.
O pobre colono saiu cabisbaixo, rodou uma a semana inteira, mas não encontrou comprador para seu magro gado. Durante esse espaço de tempo morreram 3 rezes. Desesperado voltou à casa do Ego.
- Seu Ego, eu aceito os seis conto por cabeça.
O rico fazendeiro falou:
- Já desinteirei o dinheiro. Agora só posso dá quatro contos por cabeça. Se quiser tá aqui.
O aflito homem parou, respirou, não viu outra saída.
- Tá fechado o negócio.
Assim que efetuou o pagamento, Ego pediu para um empregado, embarcar o gado em um caminhão-gaiola, a fim de levá-lo para a sua verde fazenda.
Depois do gado embarcado, ele resolveu ir junto, em uma curva o motorista, ao tentar livra-se de um jumento, virou o caminhão.
O motorista escapou, porém seu Ego ficou desacordado, tinha levado uma forte pancada na cabeça.
Passando um carro de polícia o socorreu, levou até um hospital Público.
No hospital em coma, começou ter um pesadelo. Estava dentro de um enorme salão embaixo da terra, de lá avistava o céu por um buraco maior um pouco do que um homem.
Olhando para dentro do salão avistava muito ciclopes perseguindo pessoas capturando e as devorando com os seus enormes dentes. Observou também que de alguns orifícios no chão, saiam línguas de fogo que devoravam as pernas de homens e mulheres que passavam perto das labaredas.
Desesperou-se, começou a chorar, quando de repente um monstro o percebeu. O mostro começou a caminhar para o lado dele, de tanto medo começou pedi ajuda.
- Socorro! Socorro!
Uma voz vinda de alguém que estava acima do buraco ecoou:
- Agarre-se no cordão que está na boca do buraco.
- Não estou vendo cordão, só tô vendo um fio de teia de aranha.
- Pois é, é ele mesmo, enrole em suas mãos que eu vou te puxar, mas antes, você tem que prometer que vai deixar o seu egoísmo de lado. Promete!
- Prometo! Prometo!
Ao enrolar o fino fio nas mãos, não percebeu que a sobra se estendia, mais ou menos dez metros para dentro da caverna.
Foi subindo, subindo, subindo. Já estava quase chegando à boca do buraco, quando olhou para baixo e viu seis pessoas também subindo agarradas no fio que sobrou atrás dele, foi quando ele gritou:
- Vocês não tão vendo que esse fio só agüenta comigo!
Sem pensar duas vezes, quebrou o fio que sobrava. Neste mesmo instante, logo acima dele o fio se rompeu.
No hospital, o cardiograma também parou lentamente.
Um conto para refletir – Zagaia.