6º Aniversário
da Escola Maria Benta é comemorada com “bicicletada” e entrega de documento à
Câmara de Vereadores do Município
O Comitê Sul Paraense de Articulação com a
Cúpula dos Povos na Rio+20 e a comunidade da
Escola Estadual de Ensino Médio Maria Benta de Oliveira, realizaram a
“2ª. bicicletada Escolar”. O evento começou às 16h e 30mim, na terça-feira
09/04/12. Mais de 500 ciclistas percorreram as principais avenidas de Redenção-
Pará, em direção à Câmara de Vereadores do município, onde entregaram um
documento assinado por várias entidades, intitulado: Mudar o desenho da mobilidade urbana é o sonho que perseguimos, e que
queremos que seja alcançado.
Além de exigirem ciclovias e
calçadas para circulação de pedestres, o documento apresentado à Câmara de
Vereadores faz as seguintes considerações:
1. Neste mês de abril, entrará
em vigência a Lei nº 12.587, que foi sancionada pela presidente da República em
3 de janeiro de 2012, e que faz parte da Política Nacional de Mobilidade. Esta
Lei, que passou 17 anos em tramitação no Congresso Nacional, aponta a prioridade do transporte não motorizado
sobre o motorizado, do transporte
coletivo sobre o individual, e obriga os municípios acima de 20.000
habitantes a elaborarem um plano municipal da mobilidade urbana em até 3 anos.
2. Propomos que a Câmara de Vereadores volte a ter um
papel protagonista no encaminhamento das questões legais do município, e
imediatamente desencadeie ações para que esta lei seja implementada, não no
prazo máximo permitido, mas sim no prazo mínimo, chamando imediatamente a
população para audiências públicas preliminares, propondo seminários de capacitação
e esclarecimentos e tudo mais que seja necessário para uma autentica
participação popular. É importante esclarecer que as regras das audiências
públicas dessa casa de leis têm que ser alteradas, para garantirem que sejam
respeitadas as propostas que a sociedade faz por essas ocasiões.
3. Não suportamos mais assistir
o caos que se tornou a questão da mobilidade nesta cidade. Um trânsito caótico,
com centenas de vítimas que lotam os hospitais, centenas de mutilados e portadores
de seqüelas causados pelos acidentes, famílias desfeitas, enlutadas e tristes. As
estatísticas de mortes no trânsito explicitam o problema: Em todo o país
morrem, por ano, cerca de 37 mil pessoas, e são internadas outras 180 mil, com um impacto de 34 bilhões
de reais, e Redenção tem contribuído efetivamente para esses números.
4. O direito constitucional de ir e vir não é
exeqüível em nosso município. Não temos transporte coletivo de qualidade, a
cidade nada investe para favorecer o transporte não motorizado como a bicicleta,
que não tem faixa especial, ciclovias ou estacionamentos. Não existe sinalização
adequada nem limitação de velocidade máxima, ficando valendo a lei do mais
forte, ou do mais potente, que acaba sendo o mais rico. As pessoas que fazem a
opção de utilizar a bicicleta, ou por ser esta a forma mais acessível de
transporte, ou por opção, são duramente penalizadas, lembrando ainda que esta é
a opção preferencial das crianças e menores de idade, que não poderiam estar
conduzindo veículos motorizados.
5. A política atual do
município é única e exclusivamente repressiva e injusta para com a população,
que de vítima, passa a ser culpada pelos problemas, além de visar a arrecadação
através das multas, que podem ser pagas ou não, dependendo de circunstâncias de
amplo conhecimento público. As blitz cada dia mais freqüentes, e cada vez mais
vexatórias, configura-se em verdadeira perseguição ao cidadão, escondida,
sorrateira, mas que não mostra nenhum resultado em diminuir o índice de
acidentes ou melhorar o comportamento no trânsito. São verdadeiros espetáculos
de caça, que os jovens se vangloriam em desafiar, e o público se aglomera para
assistir e telefonar alertando aos amigos. O outro lado da moeda não é
considerado: cidade sem opção de transporte coletivo, as revendas de veículos
com liberdade ilimitada e nenhuma responsabilidade, ocupando o espaço público das
ruas e calçadas para suas vendas e promoções de shows de manobras radicais, mas
nenhuma ação sobre segurança no transito, ou cuidado ao venderem sem exigir a
devida habilitação do comprador. A fiscalização não dá atenção a delitos mais
nocivos do que conduzir sem capacete, como conduzir alcoolizado, por exemplo,
já que o bafômetro não é utilizado.
6. É necessário uma Mobilidade Urbana Sustentável, considerando o transporte público, as
bicicletas, os pedestres, em detrimento
da Mobilidade da Exclusão Social que universaliza o uso e a
propriedade dos automóveis. Para uma Mobilidade Cidadã, o transporte
público, as bicicletas e as calçadas acessíveis às pessoas com deficiência, tem
que passar a ser o centro da ação dos governos e tudo de forma democrática,
incluindo a transparência das informações, dos custos, controle social dos investimentos
e os direitos dos usuários.
7. É necessário que a Câmara dos Vereadores cobre do Município a efetiva
instalação do Conselho da Cidade,
que é um importante instrumento de participação da sociedade.
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