Mais um dia amanhecia no chique bairro do Morumbi da mega metrópole São Paulo. João foi acordado pelo alarme do despertador digital. Levantou-se apressadamente, caminhou até o banheiro, fez a barba e mais outras coisas que se faz em um banheiro. Em seguida foi à cozinha, a empregada já tinha posto o café à mesa. Depois de nutrido voltou ao quarto, escovou-se beijou a mulher e saiu.
Chegando à empresa cumprimentou os funcionários e entrou para o escritório, fechou a porta e acenou para secretária. Sentaram-se, a pauta diária estava ali, na sua frente, leu os assuntos e, logo após convocou os gerentes, subgerentes e supervisores, entregou a meta do dia para cada um deles, alguém quis fazer um comentário, no entanto foi interrompido por João que alegou ser o assunto sem importância para o momento. Era um supervisor que não estava se sentido bem de saúde e queria pedi-lhe permissão para voltar para casa. Depois de dar as ordens João pediu para os seus subordinados se apressarem.
Ficou o tempo todo cobrando resultados pelo telefone, email e mensagens de celular, logo percebeu que o dia seria lucrativo, estava certo, naquele dia foi vendido todo estoque da sua empresa de cosméticos. As vendas tinham superado todas as expectativas e, com isso, o índice de controle de venda indicou um lucro exorbitante. Pensou em dá um prêmio para cada um de seus supervisores, contudo o egoísmo falou mais alto - era um explorador - daqueles que acredita na lei do mais forte. Justificou-se pensando, se eles melhorarem de condições eu não vou poder manter suas expectativas.
Alegou-se por se achar o máximo, competente e esperto, principalmente depois que conseguiu comprar o prédio ao lado por um preço bem abaixo do mercado, e isso só foi possível devido o fato de o dono do imóvel estar com a faca no pescoço, isto é, com dividas atrasadas. Só nesse negocio, o João Competência poderia ganhar mais de 1000% sobre o capital que investiu. Para isso se concretizar, bastava esperar mais uns dias, fazer algumas reformas e vendê-lo, porém o plano dele era ampliar as suas instalações.
No final do dia, convocou seus subordinados mais diretos para uma reunião, elogiou-os. Ao fim da reunião, chamou um de seus supervisores, justamente o que tinha se saído pior nas vendas, era aquele que o João tinha negado a palavra. Demitiu-o. Disse: - Passe nos recursos humanos. Na minha empresa não tem lugar para incompetente. – Mas chefe. – Estou sem tempo pra conversa, procure outro ramo.
Foi à garagem, ligou o carro e saiu.
Ao chegar em sua mansão comemorou com um uísque Importado produzido a base de cevada maltada escocesa, convidou a mulher para sair, a presenteou, jantaram em um restaurante cinco estrelas. Falou de negócios o tempo todo, voltaram para casa, se preparam para o ritual sexual. Ele mexeu, suou, babou, sentiu a mulher um tanto fria, decepcionou-se, virou para o lado e dormiu. Sonhou lucrando, roncou, acordou e dormiu de novo, teve um pesadelo, sonhou que era um sapo embaixo de uma lâmpada comendo os insetos que a circulava. Tremeu, estremeceu, acordou sobressaltado, o coração disparado, foi à geladeira e rasgou mais uma caixa de calmantes, engoliu um comprimido, voltou a dormir, mas dessa vez não acordou mais, nunca mais...
Manoel Messias Serafim (Zagaia)
5 comentários:
companheiro sei que com seu jeito poeta de ser, é muito adimiravel a sua força lhe adimiro muito, belo texto parabens.....
obrigado pela belas palavras, em breve posto outro conto!
Zagaia
são ótimos textos. você é um ótimo poeta, e também um ótimo professor continue assim!
continue sendo esse ótimo poeta que vc é.
Wendell, obrigado pelo incentivo. Na você ainda não comentou a última poesia que eu postei.
Abraço Zagaia
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